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Resumo:

Diante do esgotamento do potencial hídrico brasileiro para gerar energia elétrica a baixo custo financeiro e ambiental, a Eletrobrás vem fomentando ações para reduzir o consumo de energia pelos edifícios. A arquitetura bioclimática é apresentada como uma alternativa possível e viável. A ventilação natural e o sombreamento da envolvente do edifício são as estratégias bioclimáticas e de baixo custo energético recomendadas para proporcionar o conforto térmico nos edifícios, em climas quentes e úmidos. O problema é que a ventilação natural não é suficientemente utilizada para proporcionar o conforto térmico nos dormitórios em Maceió, sendo comum a utilização de aparelhos de ar condicionado para esse fim. Quais podem ser as causas que levam a essa prática? A presente dissertação de Mestrado em Arquitetura tem como objetivo identificar essas causas e propor recomendações quanto ao desempenho térmico dos dormitórios, a partir de princípios bioclimáticos, que possam embasar uma revisão do Código de Obras e Edificações de Maceió. A metodologia partiu da situação geral e analisou os objetivos e a evolução da ventilação natural nos Modelos de Códigos de Obras e Edificações brasileiros, do período de 1956 a 1997, bem como verificou a adequação dos índices de piso propostos para o dimensionamento das aberturas de ventilação. A seguir, passou para a situação específica de Maceió, onde caracterizou o clima e verificou sua potencialidade para a utilização da ventilação natural; analisou seus Códigos de Edificações de 1957 a 1985-92; situou a prática projetual e construtiva dos edifícios residenciais multifamiliares e dos dormitórios e a adequação dos sistemas de ventilação natural utilizados. E por fim, procurou estabelecer recomendações para os dormitórios, a partir de princípios bioclimáticos para climas quentes e úmidos. Os resultados da pesquisa permitiram delinear a evolução e os objetivos dos Modelos de Códigos brasileiros e verificar a inadequação dos índices de piso propostos; caracterizar o clima de Maceió, constatar sua potencialidade ao aproveitamento da ventilação natural em oposição à necessidade do condicionamento do ar. Permitiram também identificar as tipologias dos edifícios e dos dormitórios e os sistemas de ventilação natural praticados; e estabelecer as velocidades do ar desejáveis, as orientações preferenciais e os sistemas de ventilação natural mais adequados para os dormitórios. Conclui-se que existem as condições naturais para promover o conforto térmico nos dormitórios em Maceió, através do movimento do ar, complementado por sistema mecânico, sem a necessidade do seu condicionamento artificial. Como contribuição final, propõem-se recomendações bioclimáticas que implicam na revisão da prática projetual e normativa para assegurar melhores resultados de desempenho e conforto térmico dos dormitórios.



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