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TAVARES, Sérgio. Metodologia de análise do ciclo de vida energético de edificações residenciais brasileiras. 225fTese (Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006..
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Número de Trabalhos: 3 (Nenhum com arquivo PDF disponível)
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Resumo

O setor da Construção Civil é em todo o mundo o responsável pelo consumo de 50 % de recursos naturais e 40 % dos insumos energéticos de todas as fontes. Essa afirmação considera o Ciclo de Vida das Edificações, o que inclui além do consumo de energia na vida útil das edificações, também a energia gasta na fabricação dos materiais de construção, na obra propriamente dita e na desconstrução destas. No Brasil a carência de pesquisas dessa natureza oculta a participação de fases importantes do consumo de energia relacionadas a Construção Civil como, por exemplo, a fabricação dos materiais de construção onde são utilizadas basicamente fontes fósseis não renováveis. O objetivo desta pesquisa é identificar e quantificar os eventos significativos que influenciam o consumo de energia, em todas as suas fontes, ao longo do ciclo de vida de edificações residenciais brasileiras. Propõe-se uma metodologia para o cálculo do total de energia embutida na edificação em contraponto ao consumo operacional pelos usos finais de equipamentos da edificação. A metodologia é aplicada em cinco modelos que simulam as principais características físicas e ocupacionais das edificações residenciais brasileiras considerando um ciclo de vida de 50 anos. Como um parâmetro de sustentabilidade é calculada a geração de CO 2 por fases do ciclo de vida e materiais utilizados. Os resultados entre os cinco modelos apresentam valores de consumo energético no Ciclo de Vida da ordem de 15,01 GJ/m² a 24,17 GJ/m², considerados baixos em comparação aos valores internacionais de países desenvolvidos, na ordem de 50 GJ/m² a 90 GJ/m² porém as condições climáticas desses elevam o consumo operacional para climatização A Energia Embutida inicial variou de 4,10 GJ/m² a 4,90 GJ/m² e a total de 5,74 GJ/m² a 7,32 GJ/m². Tais resultados equivalem de 29% a 49% de todo o Ciclo de Vida, o que destaca a relevância dos estudos sobre Energia Embutida. O índice médio de retorno energético, ou seja, o tempo em que uma edificação acumula consumo operacional que supere a Energia Embutida é de 20 anos. A geração de CO 2 varia de 460 kgCO 2 /m² a 567 kgCO 2 /m² na fase pré operacional, valores semelhantes a de modelos internacionais. A relação da geração de CO 2 por energia consumida mostra um valor médio na etapa da Energia Embutida, 78,6 CO 2 /GJ, superior a da fase operacional, 40,5 CO 2 /GJ, reiterando a relevância da Energia Embutida pelo viés da sustentabilidade. Na leitura dos resultados destacam-se ainda as influências no consumo de energia pelas diferentes tipologias renda familiar, número de habitantes e área construída, entre outros fatores; além da quantidade de energia consumida no processo de fabricação dos materiais empregados e em etapas indiretas como o desperdício e transportes.
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