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GUIMARÃES, André; HELENE, Paulo. Discussão do uso de perfil de cloretos livres em avaliação de estrutura marítima. In: SIMPÓSIO SOBRE DURABILIDADE DO CONCRETO, 1998, São Paulo. Anais… São Paulo: IBRACON, 1998. p.01-02.
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Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 36 (Com arquivo PDF disponíveis: 5)
Citações: 17
Índice h: 2  
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Resumo

Esse trabalho visa discutir o uso de perfil de cloretos livres em pesquisas de estruturas atacadas por íons cloreto que estejam no próprio meio ambiente. Os íons cloreto que apresentam risco são os dissolvidos na fase aquosa após a cura do concreto (ANDRADE, 1992), sendo que os teores críticos para tal é citado por HELENE (1993) em 0,3 % de íons cloreto em relação a massa de cimento e de 0,4% por ANDRADE (1992). Nem todos íons cloretos estão livre dentro da pasta de cimento, sendo que parte desses íons são fixados da seguinte forma (HJORTH, 1983 ): i) silicatos de cálcio hidratados (C-S-H) podem adsorver ou incorporar os íons cloreto em sua estrutura; ii) pasta de cimento com escória de alto forno ou material pozolânico de boa qualidade, além de refinar os poros do concreto, podem fazer parte da reação, explicando a grande redução na penetração dos cloretos. Essas adições formam produtos G-S-H ligeiramente diferentes dos produzidos pelo cimento Portland comum; iii) o C3A e os aluminatos de cálcio hidratados podem reagir com os íons cloretos formado produtos como o sal de Friedel (3CaO.AI203.CaCI2,1 01120) e no caso de altos teores de cloretos formam-se tricloretos hidratados (3CaO.Al2 03.3CaCI2.32H20). Analogamente a reação com C4AF pode formar cloroferrito de cálcio (3CaO.FC203.CaCI2,10H20), iv) devido a maior estabilidade da etringita e do moriosulfato (C3A.CaSO4,10H20) em relação ao sal de Friendel, o sulfato, normalmente presente no cimento, pode reagir com aluminato tricálcico durante a hidratação, deixando apenas pequenas quantidades de C3A para reagir com os cloretos, sendo que o cimento tem que conter mais que 8% de C3A para fixar íons cloreto. Pelo mesmo motivo citado acima, a contaminação com sulfatos no concreto pode liberar íons cloreto transformando sal de Friedel em etringita (HJORTH, 1983; MEHTA, 1993). A carbonatação do concreto endurecido também é causa da liberação de cloretos já fixados, aumentando o risco de corrosão do aço (ANDRADE, 1992). Vários pesquisadores (PRUDÊNCIO, 1993; ANDRADE, 1992; HELENE, 1993) utilizam em suas pesquisas o perfil de cloretos totais, visto que a maioria das pesquisas são feitas em laboratório, podendo em ambiente natural haver liberação de cloretos. Deve-se lembrar que os íons totais (livres + fixados) a uma certa profundidade sofreram difusão, mas que somente os livres ou que venham a serem libertados podem sofrer difusão. Por esse motivo o estudo visa discutir o equacionamento e sua utilização quando se leva em conta a fixação dos íons cloreto no processo de difusão desse íon. No presente estudo são analisados os modelos de LANGMUIR (BUNSELL, 1983; WELLINGTON, 1997) e de OLLIVIER (1997), sendo o primeiro, atualmente, de uso não adequado para a difusão de íons no concreto enquanto que o segundo é de fácil aplicação. Um elemento estrutural de um cais portuário é analisado sob esse aspecto, concluindo que os resultados do perfil condizem com as observações do exame visual da estrutura. Os estudos continuam em andamento, sendo que outros ensaios devem ser realizados visando confirmar esses resultados, como, por exemplo, leituras de potencial de corrosão e corrente de corrosão das barras de aço.
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