Mais informações

GORDILHO-SOUZA, Angela Maria. Limites do habitar: segregação e exclusão na configuração urbana contemporânea de Salvador e perspectivas no final do século XX. Salvador. EDUFBA, 2000. 452p.
Clique no nome do(s) autor(es) para ver o currículo Lattes:

Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 6 (Nenhum com arquivo PDF disponível)
Citações: Nenhuma citação encontrada
Índice h: Indice h não calculado  
Co-autores: Nenhum co-autor encontrado

Resumo

Nas grandes cidades brasileiras, a ocupação informal do solo ampliou-se consideravelmente nas últimas décadas, constituindo-se na "solução" de moradia de grande parte da sua população. Este livro, resultado da tese de doutorado da autora, analisa o tema do ponto de vista da segregação socioespacial, associada à exclusão urbanística - processos entendidos através do intenso confinamento da pobreza em áreas que crescem à margem dos direitos urbanos e dos benefícios coletivos. Ainda que os problemas da habitação tenham sido objeto de muitas análises, pouco se conhece sobre as suas reais dimensões na configuração urbana atual, enfoque priorizado neste trabalho. Tomando a Cidade do Salvador como estudo de caso, a pesquisa utilizou metodologia própria para identificar as formas de ocupação habitacional a partir da década de 1920. Esse é o momento em que o poder público implementa as primeiras normas urbanísticas, reguladoras do parcelamento do solo, e quando se ampliam os processos de produção e apropriação privatizada de lotes para uso habitacional. O estudo qualifica a diversidade dessas ocupações e sua inserção urbana, para o período 1925/91, demarcando os limites da informalidade e da deficiência nas condições de habitabilidade presentes nessa realidade. A associação da leitura desse espaço construído aos dados de renda dos moradores e às políticas públicas em habitação social permite ao leitor apreender como o problema se aprofundou, demarcando outras perspectivas para intervenções. Essas se ampliam além do suprimento de novas habitações na cidade, para incidir, sobretudo, nas necessidades de melhorias do habitar no meio urbano. Com base nos resultados, minuciosamente documentados através de fotos, mapeamentos e dados, a autora argumenta que, com a ampla consolidação das áreas habitacionais ocupadas informalmente, acentuam-se as diferenças sociais no espaço construído, configurando um ambiente urbano intensamente segmentado, diferenciado, deficiente e complexo, que cria maiores dificuldades de mudanças, frente às novas demandas que se colocam na dinâmica urbana. Certamente são questões que representam um desafio para intervenções físicas que objetivem a inclusão dessas imensas áreas de pobreza, visando a uma cidade ambientalmente desejável e socialmente justa. Este livro interessa não apenas aos profissionais e administradores públicos que atuam nessa área, possibilitando-lhes análises comparativas com outras cidades brasileiras, mas a todos que estejam envolvidos com a questão da melhoria do ambiente urbano onde se viverá no próximo milênio.
-