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SCARAZZATO, Paulo Sérgio; LABAKI, Lucila Chebel; CARAM, Rosana. Iluminação natural em estabelecimentos comerciais e de serviços: mitos e verdades. In: NUTAU: SUSTENTABILIDADE, ARQUITETURA, DESENHO URBANO, 4., 2002, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2002. p. 716-720.
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Citações: 1
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Resumo

Neste artigo estarão sendo consideradas as condições de uso potencial da luz do dia em edifícios comerciais que podem dela valer-se, dadas as suas características construtivas e de implantação, como por exemplo os hipermercados, os supermercados, as agências bancárias, etc., os quais geralmente são construídos em terrenos amplos e livres de obstruções em seu entorno imediato. No segmento de hipermercados e supermercados de produtos alimentícios e de vestuário, o maior mito que justificaria a negação do uso da luz natural talvez seja o receio da deterioração dos alimentos expostos e da descoloração de produtos de vestuário. No setor bancário, parece prevalecer o mito de que um ambiente iluminado com lâmpadas elétricas reforça a imagem de uma instituição eficiente e sólida. Em ambos os segmentos, há ainda o preconceito contra a suposta grande instabilidade da luz natural, em função das alterações do temp o atmosférico e do próprio transcorrer das horas do dia. Como acontece com a maioria do mitos, também estes não resistem a uma análise séria, que leve em conta não só o estado-da-arte na disponibilidade de materiais e produtos adequados e de técnicas de projeto, como também aspectos comportamentais que repercutem no humor dos usuários dos edifícios, sejam eles funcionários ou clientes. Se utilizada adequadamente, a luz natural ajuda a promover vendas ao enfatizar as características naturais dos alimentos e peças de roupa. Da mesma forma, é perfeitamente possível sob os pontos de vista técnico e econômico, atenuar ou mesmo eliminar os raios ultravioletas e os infravermelhos, responsáveis pela descoloração e deterioração dos produtos. A comprovação da importância do senso de temporalidade e a compreensão de que as flutuações da luz natural são benéficas ao equilíbrio emocional, refutam os mitos referidos.

Abstract

This paper presents a qualitative analysis about the use of daylighting in commercial buildings, which can take benefit from it in an intensive form, due to its particular conditions of layout and implantation over the site, which are usually built in large terrains free of obstructions in the immediate vicinity around them, as is the case in many examples of hypermarkets and bank agencies. The greatest myth concerning the use of daylight in hypermarkets that sale clothing and board products, is the fear of the deterioration and discoloration of the exposed food and clothes. In bank agencies, it seems prevailing the myth that a high artificial illumination emphasises the image of an efficient and solid institution. In both hypermarkets and bank agencies buildings there is another prejudice related to a supposed instability of daylight along the day, due changes of solar altitude and atmospheric conditions. As occurs in almost all the myths, these ones do not survive to a serious analysis which takes into account not only the state of art concerning the availability of materials and adequate products and design techniques, but even behaviour aspects that influence the mood of peoples in buildings, be them employees or clients. If correctly used, daylight helps to promote sales for emphasising the natural characteristics of food and body clothes. Alike, both from the economic and technical points of view, it is perfectly possible to attenuate or even eliminate the UV and IR rays, which are responsible for the product’s discoloration and deterioration. Once the temporality importance is corroborated and the comprehension that the daylight fluctuations are salutary to the emotional human equilibrium, the myths are unveiled.
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