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ATIQUE, Fernando. Arquitetura e cotidiano no empreendimento agro-industrial : a formação do Espaço Operário na Usina Esther. In: SEMINÁRIO DA HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO, 7., 2002, Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2002.
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Número de Trabalhos: 5 (Com arquivo PDF disponíveis: 2)
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Resumo

A Usina Açucareira Esther, formada em 1898 por iniciativa de um grupo de fazendeiros da região de Campinas, São Paulo, representou para aquela área, mais do que um pioneiro empreendimento fabril. Atrelada à política imigrantista praticada no Brasil durante o século XIX, a Usina Esther foi um empreendimento que se valeu da formação de um núcleo colonial pela Inspetoria de Terras e Colonização da, então, Província de São Paulo para conseguir mão de obra operária para suas moendas. As terras que tal núcleo ocupou foram doadas pelos futuros proprietários da usina após forte campanha política por eles promovida junto a Campos Salles, presidente da província nesse período. Tal atitude redundou na formação desse celeiro de imigrantes que foi batizado como Núcleo Campos Salles em alusão ao político campineiro. A partir de então - 1895 - as interferências sociais, políticas e arquitetônicas na área se processaram ao mesmo tempo em que era formada a Usina Esther, sempre sobre a supervisão da Família Nogueira, que incentivou a formação da vila de Cosmópolis, mas, principalmente, a formação de um extenso núcleo fabril, organizado em várias colônias de operários, com aproximadamente quinhentas casas. Não obstante, a Família Nogueira mobilizou desde então, uma série de atitudes gerenciais que estavam em franca difusão no período entre outros núcleos fabris, para exercer o controle de seus empregados, o que permitiu construir uma posição de destaque no cenário político do estado, mas, também da arquitetura, uma vez que seus espaços foram projetados por profissionais de prestígio na época, como Francisco Ferreira Ramos, professor da Escola Politécnica de São Paulo, Ramos de Azevedo e Henrique Dumont. O artigo, assim, aborda as concepções que motivaram a Família Nogueira a construir essa porção do território paulista, demonstrando como a arquitetura e o 'traçado' desses empreendimentos foram mobilizados visando o controle e o gerenciamento de imigrantes e operários, desde o espaço doméstico das casas operárias até o de vida coletiva a ser desfrutada sob os olhos dos patrões.
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