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SALGADO, M. S.; S. E COSTA, C. E. Qualidade na construção com terra: o método físico químico. In: CONGRESSO TÉCNICO-CIENTÍFICO DE ENGENHARIA CIVIL, 1996, Florianópolis.. Anais... Florianópolis: UFSC, 1996. p. 564-571.
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Dados do autor na base InfoHab:
Número de Trabalhos: 14 (Nenhum com arquivo PDF disponível)
Citações: 6
Índice h: 1  
Co-autores: 4

Resumo

O déficit habitacional brasileiro é um dos fatores que toma urgente a adoção de mudanças significativas na indústria da construção civil, já que os altos custos de produção e, muitas vezes, a ineficiência dos processos convencionais de construção inviabilizam a solução técnica do problema. Essa constatação levou as construtoras ao desenvolvimento, a partir da década de 60, de inúmeras tecnologias construtivas inovadoras, cujo principal objetivo era o de aumentar a produtividade e reduzir custos nos canteiros de obras. Entretanto, ao ocuparem-se por atingir este objetivo, algumas propostas tecnológicas relegaram a qualidade do espaço edificado a um segundo plano. Por esta razão vem-se desenvolvendo atualmente, metodologias voltadas à avaliação do desempenho e a seleção do sistema construtivo, que baseiam-se na análise dos requisitos do processo e do produto. Por sua vez, contemporaneamente a visão ecológica e a busca de um modo de vida adaptado às condições climáticas locais, bem como a preocupação com a questão energética e o conforto ambiental, têm colocado a arquitetura de terra como uma alternativa consciente para a solução do problema habitacional brasileiro. No caso dos materiais à base de solo-cimento, a fim de se evitar os erros cometidos no passado e garantir a qualidade das edificações produzidas com este material, é de fundamental importância avaliar as características do solo e determinar a quantidade ótima de cimento necessária para garantir o bom desempenho técnico do produto. É sabido que as construções com solo oferecem vantagens relacionadas, principalmente, à redução do custo da edificação, na medida que utiliza a matéria-prima local reduzindo, inclusive, os custos com transporte. O método físico-químico avalia de modo simples e expedito o grau de resistência química oferecida pelo solo à incorporação de urna determinada quantidade de cimento, ou de outro aditivo, indicando àquela estritamente necessária para que se restabeleça a sua condição inicial de estabilidade De outra forma, pode-se dizer que o método dosa o teor mínimo de cimento capaz de satisfazer às propriedades físico-químicas de superfície do solo, assim como, a sua paragênese mais reativa. O objetivo deste trabalho é demonstrar como o método físico-químico pode contribuir para melhorar o desempenho dos materiais de construção produzidos à base de solo-cimento. A determinação da quantidade exata de cimento necessária para estabilizar o solo permite, não só a otimização do sistema solo-cimento, como também, a produção de componentes construtivos de boa qualidade. Espera-se que a difusão do método incentive o retorno da arquitetura de terra, trazendo benefícios ao meio ambiente e à qualidade de vida dos cidadãos.
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