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BARBOSA, LARA LEITE. O design transformável através das criações da Hoberman Associates. In: NUTAU, 9., 2012, São Paulo. Anais... SÃo Paulo: USP, 2012. p. 1-14.
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Resumo

Com vinte anos acumulados de experiência em design transformável, as atividades da Hoberman Associates perpassam escalas de pequenos instrumentos a grandes edificações. A equipe acompanhou as mudanças dos tempos e hoje trabalha com respostas adaptativas no ambiente construído. As alterações resultantes destas interfaces dotadas de mobilidade, sejam elas cúpulas retráteis, geodésicas expansíveis ou superfícies com sensores em fachadas, proporcionam distintas relações do exterior com o interior e viceversa. Muito além do brise-soleil, os sistemas automatizados não somente protegem os espaços internos das intempéries, mas reconfiguram o invólucro com tantas variações que podem até magicamente desaparecer. Este artigo apresenta o trabalho da firma Hoberman Associates de forma inédita, uma vez que ainda não há livros publicados ou compilação de projetos realizados pelo grupo. Os dados foram obtidos a partir da entrevista da autora com o artista Chuck Hoberman, assim como de visitas à sede do escritório em Nova Iorque, Estados Unidos e também através de pesquisa em periódicos internacionais. O texto considera a colaboração recíproca entre arte e ciência na obra de Hoberman e reflete sobre as relações dos objetos tridimensionais para os processos de design. A leitura desta rica produção reitera a importância dos modelos atuais de escritórios de arquitetura e design atuarem em equipes altamente especializadas, porém com amplo time de profissionais diversificados. PALAVRAS-CHAVE: Chuck Hoberman, estética nômade, estruturas cinéticas, mecanismos retráteis, modelos tridimensionais, processos de design. TITLE: Transformable design through the creations of Hoberman Associates

Abstract

With twenty years of accumulated experience in transformable design, the activities of Hoberman Associates permeate ranges from small tools to large buildings. The team followed the changes of times and now works with adaptive responses in built environment. Changes resulting from these interfaces provided with mobility, being them retractable domes, expandable geodesic or surfaces with sensors in facades, offer different relations between the outside and the inside and vice versa. Far beyond the brise-soleil, automated systems not only protect the inner spaces from the weather, but reconfigure the enclosure with so many variations that can even magically disappear. This article presents the work of Hoberman Associates unprecedentedly, since there are no books or compilation of projects undertaken by the group. Data were obtained from an interview with the artist Chuck Hoberman, as well as from visits to the headquarters in New York, United States, and also through research in international journals. The text considers this collaboration between art and science in the work of Hoberman and reflects on the relations of the three-dimensional objects to the design process. Reading this rich production reiterates the importance of current models of design and architecture firms working in highly specialized teams, but with a large team of diverse professionals. KEYWORDS: Chuck Hoberman, nomadic aesthetic, kinetic structures, retractable mechanisms, three-dimensional models, design processes. A OBRA DE CHUCK HOBERMAN COMO PONTE ENTRE A POESIA E A TÉCNICA Uma latente dicotomia marca a obra do artista e engenheiro, comumente chamado de inventor, Chuck Hoberman. Ao mesmo tempo, a habilidade em construir pontes entre a arte e a ciência, ou entre a poesia e a técnica, ocorre de maneira natural, pois ambos manifestam-se como conhecimentos profundamente arraigados no artista. Formado em escultura pela Cooper Union com mestrado em engenharia mecânica pela Columbia University, fundou a Hoberman Associates em 1990, escritório multidisciplinar que desenvolve projetos e produtos, estruturas e ambientes com características mutantes. Foi reconhecido mundialmente com premiações como a International Design Excellence Awards da IDSA e Business Week IDEA em 2010, 2008 e 1990; Chrysler Award por Innovation and Design em 1997; NASA Certificate of Recognition em 1992, entre outras, por suas estruturas transformáveis em projetos arquitetônicos, esculturas e instalações. Podemos reconhecer a duplicidade arte/mecânica na apreciação da escultura cinética Hypar. Nesta construção, a forma de uma parabolóide hiperbólica é mantida, mas seu tamanho muda de cerca de 5 para 15 metros. Foi desenvolvida em um processo que levou três anos, sendo que para produzi-la, foram consumidos aproximadamente uma tonelada de aço inox para cabos e roldanas e duas toneladas de alumínio na peça central e para movê-la, foram utilizados controles de motores computadorizados. Figuras 1 e 2: Expanding Hypar. California Science Center, Los Angeles, USA 1997. Fotos: Lara L. Barbosa. TEMPOS DE UMA ESTÉTICA NÔMADE A concepção de objetos que mudam seu tamanho, sua forma e sua função induziram Chuck Hoberman a cunhar o termo “design transformável” para intitular sua própria obra. Identificamos similaridades por meio da linguagem e da estética nômade, esta última definida por Teshome H. Gabriel1 em ensaios sobre estética e pensamento nomádico, memória e identidade. Trata-se de uma linguagem na qual a forma se adapta às circunstâncias. Tempo e espaço são subjetivos e operam com o absoluto local. Enquanto o modo de concepção do tempo Ocidental é mensurado pelo relógio, o tempo Nômade é mensurado pelo crescimento orgânico da natureza. A beleza ocidental se baseia em valores, não em tempo. Nômades têm uma noção de estética transitória ou transigente. Ela depende das circunstâncias, a beleza está incompleta e relativa. (BARBOSA, 2008, p.260). Em poucas linhas, elencamos alguns fatores2 que encontram reverberação na obra de Hoberman, citados abaixo: - Seu mundo é mais detalhado em qualidades temporais e de escala; - A memória é imediata e a comunicação intensiva; - O espaço é relativo a ver, tocar e sentir. Uma introspecção conduz a noção de espaço nômade (BARBOSA, 2008, p.259). A contestação das hierarquias e a ambiguidade são aspectos importantes da estética nômade que fomentam discussões presentes no design e na cultura contemporâneos. Aspectos estes que indicam direções para projetos futuros e nos auxiliam na compreensão de nosso tempo. Enquanto elementos de linguagem em seu aspecto inicial, tomemos estes dois últimos conceitos como exemplo de como podem ser incorporados no projeto. Uma possível interpretação para a “contestação das hierarquias” seria a equivalência de componentes similares, modulares, produzidos aos múltiplos e que conformam a peça como um todo justamente pelo número de partes agregadas. Decorre desta organização um resultado formal que não possui um 1 Professor de Film & Television na University of Califórnia Los Angeles- UCLA, falecido em 2010, com quem a autora realizou uma entrevista em janeiro de 2008 para a tese de doutorado. 2 O leitor poderá consultar outros elementos no quarto capítulo de minha tese (BARBOSA, 2008), caso busque maior aprofundamento nesta questão. elemento principal e outros coadjuvantes, mas sim um enorme coletivo onde cada um é importante. Por sua vez, a “ambiguidade” se apresenta como um caráter de duplicidade de funções, configurações, manifestações, identidades. A forma se adapta às circunstâncias: ora se abre, ora se fecha, pode ter um movimento rotacional, concêntrico, divergente ou convergente. ENTRE A IDEIA BRILHANTE E A FABRICAÇÃO DO OBJETO Motivada pelo interesse em conhecer as técnicas empregadas nas construções retráteis, a visita à Hoberman Associates desmistificou o que a primeira vista se parece com um bicho de sete cabeças. Ao mesmo tempo, foi surpreendente constatar que a constituição do escritório se restringe a poucas pessoas, porém altamente qualificadas, em um espaço reduzido, no entanto, inserido nas proximidades de Wall Street, centro comercial e financeiro de Nova Iorque. A mesma lógica, por similaridade, direciona como são concebidas as criações do grupo: dotadas de elevadas doses de contribuições de especialistas com propósitos concentrados no atendimento de seus clientes. Hoje atuam em diferentes setores, os quais perpassam da indústria do entretenimento a produtos de consumo, onde se tornaram especialistas e podem colaborar e trabalhar com clientes e parceiros para encontrar soluções e interagir com os mesmos em equipe. Quando começou suas atividades, Chuck Hoberman conta que trabalhava de modo tradicional, em um processo relativamente simples que partia da geração de idéias em rumo à fabricação do objeto. Ao longo do tempo, desenvolveu através da experiência de dez anos, um estágio no processo criativo onde era capaz de conceituar os sistemas mecânicos para obter idéias e resolver problemas. Geralmente baseados em formas geométricas simples, os mecanismos dos sistemas estruturais podem produzir diferentes formas. Este é um ponto de partida para Hoberman, para quem a invenção não surge com um insight enquanto trabalha no computador. A inspiração pode até surgir como um flash, mas esta não é a regra e sim a exceção. Interessado em problemas de design onde é permitida uma certa liberdade de resposta, ele tenta criar uma condição para atingir a concepção através de um processo técnico que leva a uma proposta que estará fora da alta especificidade inicial do problema. Categoriza seus processos de trabalho como: invenção, estágios conceituais, braimstorming, esboços e desenhos, geração de idéias, observação das opções para reconhecer a direção do trabalho, seleção do conceito que vai para o desenvolvimento de engenharia, detalhamento pela equipe de engenheiros e produção de protótipos e mock-ups em escala para verificar o desempenho. Figuras 3 e 4: À esquerda, Chuck Hoberman em frente ao protótipo em aço preso à janela do escritório. À direita, plotagens de imagens para estudos e mock-ups feitos em plástico, anteriormente ao corte da chapa metálica. Fotos: Lara L. Barbosa. OPERANDO MECANISMOS COLAPSÁVEIS Objetos que podem ter sua forma alterada de modo a expandir ou contrair suas partes são recorrentemente modelos inspirados na biologia. A exploração do tema da mutação está presente em formas de vida que podem apresentar crescimento reversível ou não. Sistematicamente, os mecanismos de mobilidade podem ser: vincados; articulados; encaixados; dobrados. As aplicações destes mecanismos tendem a facilitar o transporte, por permitir portabilidade ou abertura instantânea do objeto construído. Princípios que envolvem variação de volume podem criar pressão ou vácuo. Mecanismos de abertura podem explorar a sobreposição de partes ou a expansão da superfície. O acoplamento em cadeia pode ser mais longo ou curto com crescimento modular. A combinação de elementos como pivotar e encaixar podem permitir ajustes de alinhamento na direção desejada. Com foco na dinâmica relação entre o usuário e o produto, percebeu-se o nicho apropriado e foi criada a linha de brinquedos em 1995. Segundo instruções da caixa, a Hoberman Sphere é um brinquedo para crianças de 4 a 104 anos, o qual instiga a movimentação de seus mecanismos retráteis. A esfera compõe a exposição permanente do MoMA, onde recorrentemente sua obra é exposta. Basicamente, a dobradiça explora o paradigma da tesoura, pela articulação de braços ou hastes. A estrutura fixa os pontos de virada ou de ação e permite aumentar o comprimento sem comprometer a integridade estrutural. A esfera de brinquedo se tornou o ponto de partida para projetos como estruturas de grande porte, como no exemplo do domo retrátil, agregando mais e mais complexidade ao princípio da articulação. Mais inusitado ainda foi notar uma seção do mecanismo da cobertura retrátil do Iris Dome, a qual já havia sido exposta no MoMA em 1994, afixada no teto do escritório em escala 1:1. O projeto foi readaptado para a feira mundial de 2001 em Hanover, na Alemanha. Além de sua mais famosa obra, a esfera poliédrica, o artista tem ganhado cada vez mais reconhecimento pela elaboração de peças que variam de domos retráteis até instrumentos médicos. Em abril de 2011, a cidade de São Paulo receberá o show da banda de pop rock U2, que popularizará uma das criações de Hoberman, a tela de vídeo elíptica expansível. Neste projeto, alguns dos desafios técnicos superados com os parceiros da Buro Happold eram: resistir à ventos e situações climáticas exageradas com durabilidade para o tour de 18 meses e ser capaz de montar em oito horas e desmontar em seis horas para ser transportada. Nas imagens a seguir, modelos reduzidos de estruturas expansíveis com mecanismos para movimentação manual e automatizada. Figuras 5 e 6: Original Hoberman Sphere. Hoberman Designs, Inc., 1995. Produto vendido mundialmente. Fotos: Lara L. Barbosa. Figuras 7 a 9: Original Expanding Sphere. Liberty Science Center, Jersey city, 1991. Modelo metálico sobre base em madeira com trilhos para deslocamento dos eixos de expansão com movimento controlado por automação. Fotos: Lara L. Barbosa. Figuras 10 a 12: Iris Dome. 2000 World’s Fair, Hanover, Germany, 2000. Fragmento em escala 1:1 e modelo reduzido automatizado em alumínio e aço inox. Fotos: Lara L. Barbosa. EXPERIMENTAÇÃO E EXPERIÊNCIA Em 89% do tempo, o que basicamente é feito na Hoberman Associates é desempenho mecânico, então é importantíssimo verificar em modelos feitos em plástico ou metal qual o comportamento da peça. E há diversos tipos de comportamentos para se estudar: o físico, o manual, o de interação, etc. Para isto são construídos protótipos diferentes para diferentes respostas: algo menos formal para as interações ou algo bastante rigoroso para as sensações táteis. Reconhecemos que uma parte é ciência, a outra parte é arte. Ambas combinadas em iguais medidas de atenção atingem precisamente aquilo que as pessoas esperam de um bom produto. Durante o levantamento realizado em 13 e 14 de Julho de 2010, foram fotografadas algumas maquetes, protótipos e modelos presentes no escritório. A instalação do protótipo do painel motorizado “Adaptative Fritting”, por exemplo, é fixada junto à janela da sala de reuniões, permitindo constantes avaliações de níveis de transparência e visibilidade externa. Este projeto foi concebido para a Harvard Graduate School of Design em 2009 e vencedor do prêmio Wyss Prize for Bioinspired Adaptative Architecture. Constitui-se de um painel de vidro com um padrão gráfico de bolinhas de papel que, ao ter o seu deslocamento acionado, recombina fechamentos da luminosidade com diferentes resultados estéticos. Figuras 13 e 14: Adaptative Fritting. Harvard Graduate School of Design Cambridge, USA 2009. Fotos: Lara L. Barbosa. Por último, um dos mais recentes modelos, utilizado para as fachadas adaptativas, tema que será apresentado em seguida. A Emergent Surface é uma instalação que foi parte da exposição Design and the Elastic Mind no MoMA- Museum of Modern Art, em Nova Iorque no ano de 2008. O protótipo, produzido em alumínio e aço inox em 2007, é constituído de várias células iguais as figuras 1 a 3, unidas lado a lado para formar peles de edifícios adaptativos. As aberturas e rotações podem ser controladas individualmente, o que resulta em uma infinidade de recombinações onde partes da fachada aparecem e desaparecem como uma mídia material. O mecanismo gira continuamente em torno do eixo central e recolhe todas as lâminas, fechando o espaçamento entre elas. O projeto foi elaborado com colaborações de cinco americanos: Chuck Hoberman (nascido em 1956), Matthew Davis (nascido em 1975), Ziggy Drozdowksi (nascido em 1982) e David Wright (nascido em 1983). A equipe, marcada por jovens participantes, contou ainda com as empresas manufatureiras Milgo/Bufkin, QuickSilver Controls, Inc., e The Manufactory, LCC, USA. Figuras 15 a 17: Emergent Surface. Museum of Modern Art New York City, USA 2008. Uma célula em três diferentes estágios operados por informação digital, que permite variações de permeabilidade e solidez. Fotos: Lara L. Barbosa. SUPERFÍCIES ADAPTATIVAS EM ESTRUTURAS FIXAS Chuck Hoberman tem atuado em projetos inovadores em parcerias com firmas de engenharia como a Buro Happold, com a qual co-fundou a Adaptive Buildings Initiative (ABI) partners em 2008. Com foco nos edifícios adaptativos, eles desenvolvem superfícies de sombreamento e ventilação, telhados e toldos que podem ser operados e fachadas retráteis para espaços multiuso na America, Europa e Ásia. Ainda forma parcerias com fabricantes e manufaturas que entregam os sistemas adaptativos completos, mas pretende viabilizar o processo comercialmente em três ou cinco anos. “o edifício é fisicamente capaz de se ajustar através do tempo, seu desempenho irá aumentar, sua energia irá diminuir, porque neste sentido está otimizando as condições físicas em mutação”3 (Depoimento de Chuck Hoberman concedido à autora durante entrevista em Nova Iorque, 14 de julho de 2010). Seu primeiro edifício com fachada de pele adaptativa é uma torre de catorze lojas em Ginza, Tokyo, projeto de Nikken Sekkei e Yasuda Atelier, inaugurada em outubro de 2009. Um exemplo destes mecanismos de sombreamento está na fachada com pele dupla, composta de 185 obturadores de policarbonato operáveis shutters shield, que protegem os interiores da luz solar direta por trás da fachada sudeste toda em vidro. De certa forma, o provoco quando pergunto como ele conecta a sustentabilidade com as intervenções em edifícios adaptativos, uma vez que os mecanismos necessitam de energia para funcionar. Por sua vez, Hoberman se defende com o argumento de que a prática dos últimos sete ou oito anos tem caminhado no sentido de adotar estratégias para fazê-los mais sustentáveis. O conceito geral “adaptativo” é de um edifício situado em um ambiente e que responde a este ambiente o qual muda o tempo todo. O edifício é fisicamente capaz de se ajustar ao longo do tempo. Seu desempenho irá subir, sua energia irá descer, no sentido de otimizar as condições físicas do ambiente construído. 3 “the building is physically able to adjust itself over the time, its performance will increase, its energy will decrease, because in the sense it is optimizing the physical changing conditions”. Por fim, peço a opinião de Hoberman sobre qual será o futuro das estruturas flexíveis. Ele acha que são as superfícies dos edifícios que devem mudar efetivamente ou potencialmente, uma vez que são os elementos de transformação de estruturas fixas. As demandas por estruturas flexíveis estão nas empresas dedicadas às estruturas temporárias. Por isso, a reposta não está na estrutura em si, mas nas tecnologias que, façam ou não o uso da computação, implementam as habilidades de mutação e flexibilidade das edificações. No entanto, Robert Kronenburg, especialista em arquitetura portátil, tema sobre o qual publicou vários livros e foi curador de exposições como Living in Motion e Portable Architecture e também professor da University of Liverpool, aposta em um futuro voltado mais para as estruturas têxteis do que para as estruturas metálicas. O peso que notamos estar presente nas obras de Hoberman e o acentuado caráter mecânico nos faz questionar a efetiva mobilidade destas estruturas, o seu transporte e montagem. Segundo as palavras de Kronenburg: “Eu acho que o próximo avanço não será no mundo das estruturas, do design mecânico de metais, aço, o próximo grande avanço será no mundo da química. Porque em termos de estruturas leves, nós estamos tentando fazer isso, será nos têxteis, membranas. Porque membranas, têxteis, são produtos automaticamente com pouco peso, o qual é também uma estrutura, e os limites das membranas não são idéias estruturais, são químicas”4 (BARBOSA, 2008, pp.296-297). Deixemos o tempo consolidar as direções a serem tomadas pelo design. Certamente, as estruturas temporárias, sendo elas metálicas ou têxteis, precisarão combinar elementos de flexibilidade, facilidade de transporte, montagem e desmontagem com durabilidade e redução dos impactos ambientais. 4 “I think the next big advance, will not be in a world of structure, mechanical design. Metal steel, the next big advance, will be in the world of chemistry. Becau se in terms of light with structures, we are trying to do this, will be in textiles, membranes. Because membranes, textiles, are the automatic lightweight product, which is structure as well, and the limits of membranes, is not structures ideas, are chemistry”. REFLEXÕES PARA EQUIPES DE PROJETO COLABORATIVAS Do ponto de vista de Hoberman, a ligação entre a pesquisa acadêmica e sua prática de escritório não está muito clara. Em termos de foco, se reconhece como um pequeno negócio de projetos comerciais e, ainda que esteja buscando a excelência nesta área, não se desvia para a investigação. Para ele, o cientista é alguém que é pago para desenvolver pesquisa, que possui liberdade para fazer especulações no laboratório, uma vez que não está amarrado a maneira como as empresas trabalham. O desafio das universidades é compreender melhor como usar o conhecimento para fazer projetos, transformar e mudar os sistemas, saber qual a aplicação prática que reconhece os problemas e os soluciona. Uma parte desafiante é a limitação de know-how em engenharia para atingir um propósito que seja necessário, então somente as escolas de design que são verdadeiramente multidisciplinares e colaborativas em sua infraestrutura conseguem evoluir. Infelizmente, não é isso que vemos por aí, porque as universidades trabalham separadas. Mesmo nos Estados Unidos, esta é a realidade relatada pelo artista, para quem o desafio retorna. Ele então se aproveita para gerar respostas técnicas, uma vez que possui a compreensão de detalhes cujo
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